sexta-feira, 7 de agosto de 2020

[Poema] Para alguém, prá todos e prá ninguém, de Ana Julia Perrotti

 

Para alguém, prá todos e prá ninguém


Cada amor é de um jeito 

Mas todos são muito parecidos,

Mesmo nas suas diferenças 

 

Todo amor segue um caminho 

Alguns perecem, outros vingam,

Uns amargam, outros florescem

 

Esta é a história de um deles,

Mas bem que poderia ser de todos 

 

Quanto mais a gente se aproximava,

Mais distante ia ficando.

Depois, passou a ser o contrário:

A aproximação foi gerando afastamento 

 

Até que, de tão grudados e tão distantes,

Passou a  existir um abismo entre nós 

E tudo que era leve, se tornou tão pesado 

Que ficou menos doloroso  esquecer do que lembrar.


Ana Julia é tradutora e audiodescritora. Formada em Letras, ela tem diversos poemas publicados em coletâneas, entre elas, da Sociedade Brasileira dos Dentistas Escritores (à qual é associada) e  ALAB (Academia de Letras e Artes Buziana).

segunda-feira, 20 de abril de 2020

[Prosa] Crise...vida, de Lilian Carla Oliveira


Crise... 

Vida...



Fenômeno circunstancial, arrepio que invade a alma. A todo momento pensamos e executamos, sem muito tempo de refletir e  deixar fluir, aquele frio do medo, da mudança, da impotência de se sentir estagnado esperando o tempo, ele, somente ele, pode trazer respostas ao que queremos e buscamos, mas, de fato, sabemos lidar come ele? Porventura, sabemos decifrá-lo? Tampouco, sabemos ouvi-lo! 

Como não o perder? Se avançamos, temos medo da coragem incerta, se retrocedemos, temos medo da covardia nos imposta.  Somos cúmplices de sua mera existência, temporal, racionalizada em nossas entranhas, desmedidas com nossa vontade. Ah! Como queria te encontrar, prosear contigo, lhe dizer o quanto é indisposto, indesejado. Você que penaliza a existência humana com esse sorriso entre canto boca e dentes, pondo a dúvida tudo que sentimos, que grita como uivos de lobo no silêncio sombrio do coração, você...

Não quero te vê, esbravejaria com todas minhas forças, como oceanos te inundaria para não te ter, assim calaria tua sagaz voz. Soltaria risos, risos e mais risos, como gazelas salteando em meio as colinas, com a certeza que não o sentiria mais... fugas medo.   

Lilian Oliveira, é pedagoga, poeta e graduanda da disciplina de Geografia. Mãe do Luis Vinicius; da Lilian Quézia e da Ana Luíza. 
É Professora de Educação Básica do Estado de São Paulo.

terça-feira, 17 de março de 2020

[Poema] Passarinho, de Flávio Coutinho



Passarinho



Painho, Mainha
me criaram em seu ninho
De amor e carinho
eu sou passarinho

Aprendi a voar
pelos céus do obscuro
Saí para lutar
vencer em meu mundo

Eu sou passarinho livre
Sou eu bem-te-vi cantarilho
Eu vou rouxinol com meu timbre
Sou eu beija-flor andarilho

Painho, Mainha
me ensinaram em seu ninho
Que as coisas da vida
tem lá seus espinhos

Hoje eu machuco e já me viro
Eu canto meu hino
Com os meus belos erros
eu sigo tranquilo.




Flávio Coutinho, poeta mineiro, obteve a 3° colocação com o poema “Passarinho” na primeira edição do Troféu Literário Formiga Jovem do CLMM em 2012. F. Coutinho é membro do Clube Literário Marconi Montoli, com obras publicadas na “Ipsis Litteris” – revista literária jovem do CLMM. Também tem publicações na revista independente “Zine Evolução”, projeto este realizado na cidade de Formiga em Minas Gerais.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

[Poema] Aprender, de Lilian Oliveira


Aprender

É... a gente aprende que nem tudo na vida é flores
a escolher nossos amores
a conviver com os dissabores
a lutar quando a luz da chama está prestes a se apagar
a soprar, soprar e soprar até a faísca reacender 
se abrigar em uma força superior na hora do vendaval 
superar os conflitos
desacreditar em tudo que ouvimos 
filtrar tudo que pensamos
refletir sobre tudo que acreditamos e falamos
conhecer, e,ouvir o nosso sexto sentido, que este nunca falha!
ajustar as horas , o tempo, no compasso do passo, 
ao nosso ritmo de vida
avançar... 
recuar...
recomeçar...
sonhar...
realizar...
agradecer, sempre!
acreditar que tudo passa, e que a vida não para
crer que a bonança de águas tranquilas chegará! 
desenvolver os sentidos do corpo, 
abrir as janelas da alma para,
sentir o perfume do ambiente 
a beleza do nascer e o poente do sol 
o sorriso sincero
permitir-se!   
apreciar a solidão, mesmo quando a sua volta está repleta de pessoas 
desconectar do seu entorno
ser do seu jeitinho, desengonçado, descabelado e afobado
a gente aprende com os olhares, gestos, comportamentos
traduzimos o espelho d'água da vida.

enfim...

quanta coisa na vida a gente aprende...
Que bom!



Lilian Oliveira, é pedagoga, poeta e graduanda da disciplina de Geografia. Mãe do Luis Vinicius; da Lilian Quézia e da Ana Luíza. É Professora de Educação Básica do Estado de São Paulo.