terça-feira, 19 de setembro de 2017

[Artes cênicas] Que a Terra Há de Comer

Teatro da Neura reapresenta “Que a Terra Há de Comer” no Espaço N


Grupo inicia as apresentações neste sábado, às 20 horas; peça fica em cartaz até 1º de outubro

O Teatro da Neura ocupa a sua sede, o Espaço N de Arte e Cultura, com a temporada de um espetáculo que integra uma de suas linhas de pesquisa: o Teatro Sociedade. Trata-se de “Que a Terra Há de Comer”, que fica em cartaz nos dias 23, 24 e 30 de setembro e 1º de outubro.

Baseada na obra “Vereda da Salvação”, de Jorge Andrade, a peça será apresentada às 20 horas e tem ingressos a R$ 12, com meia-entrada para estudantes, professores, idosos e moradores do Jardim Imperador, mediante comprovação de endereço. O Espaço N fica na rua José Garcia de Souza, 692, no Jardim Imperador, em Suzano.

Dirigida por Fernandes Junior, “Que a Terra Há de Comer” convida o público para conhecer a história de uma ocupação, formada por ciganos, que, com a onda conservadora que assola o País, não consegue se organizar para que seus sonhos continuem vivos e se vê obrigada a lidar com a truculência do dono de suas terras, levando a todos a uma luta sem volta pelos seus direitos básicos.

“A falta de organização dos grupos para protestar pelos seus direitos continua sendo muito real. Por conta disso, se faz necessário tratar desse assunto e o texto de Andrade, que foi escrito entre os anos 1957 e 1963, vem muito a calhar”, comenta Fernandes, que também é diretor-geral da companhia teatral.

Segundo André Antero, que dá vida ao personagem Joaquim, a falta de organização dos personagens de “Que a Terra Há de Comer” ocorre por conta do fanatismo religioso. “Eles começam a se desunir quando um deles começa a viver em função da religião e deseja que todos do grupo sigam o mesmo caminho. É a partir daí que os conflitos se iniciam”, comenta.

Empoderamento
Em meio ao fanatismo religioso que impede a união dos personagens, há Artuliana, interpretada pela atriz Aline Ribeiro. A personagem tem como uma de suas principais características a força e o empoderamento, que a faz questionar sobre a desunião no grupo de ciganos. 

“A força que a personagem carrega é algo que foi buscado e praticado em sala de ensaio, mas que nasceu mesmo nas apresentações. A inspiração é a constante pesquisa sobre a mulher. A mulher cigana, a que busca empoderamento, a que assume posicionamento e atitude perante o social, as decisões e nas relações”, finaliza.

“Que a Terra Há de Comer” tem os atores André Antero, Aline Ribeiro, Bianca Alves, Michel Galiotto, Pedro Zanelli, Tamara Pinheiro e Cauê Drummond no elenco. A direção musical é de Alexandre Guilherme, o figurino de Thaís Fernandes, o cenário de Gilson Peres e a maquiagem de Antero. 

Serviço
“Que a Terra Há de Comer”
Quando: 23, 24 e 30 de setembro e 1º de outubro
Horário: Às 20 horas
Onde: Espaço N de Arte e Cultura, que fica na rua José Garcia de Souza, 692, no Jardim Imperador, em Suzano
Entrada: R$ 12, com meia-entrada para estudantes, professores, idosos e moradores do Jardim Imperador, mediante comprovação de endereço


Atenção!

Quem curtir a página do projeto no Facebook e disser na bilheteria que aceitou o convite do Ecos Latinos para prestigiar a peça paga apenas R$ 6 de ingresso.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

[Poema] (A) Mar, de Joziane Soares de Sousa

(A) Mar

Sabe o que acho?
Que não sou mais riacho... Agora sou mar, De tão infinita que me tornei! Tem dias que sou calmaria, Tem dias que sou onda grande, Brava, arredia, tsunami! E é engraçado perceber Que mar que virei Agora eu te desoriento... Você entra em mim de um lado, E eu te jogo, eu te dou um caldo, Porque você não entrou do lado certo, O lado de dentro! Não me venha com oferendas, É respeito o que eu quero, Não venha à deriva, Porque eu só admiro, Quem entra em mim, Já sabendo onde quer chegar! Brincadeira você deixa pra piscina, Medo você tenha da enchente, Eu quero amor mar que ensina, a serenar o (a)mar de dentro da gente! Procurando um marinheiro só, Que entenda mais de laços, do que de nó!


Joziane Soares de Sousa, nascida em São Paulo, moradora de um bairro com jeito de cidadezinha do interior (Parelheiros) escreve como forma de terapia. Bacharel em turismo pouco trabalhou na área, já que queria mesmo não era viajar, era imaginar e escrever o mundo inteiro.