sexta-feira, 9 de junho de 2017

[Crônica] Quimera do amor, por Lilian Oliveira

A paixão faz do nosso coração um escravo... do desejo; do sentimento avassalador; do devaneio da sedução; impalpável; imensurável.

Um grande filósofo (Hegel) escreveu uma dialética sobre o senhor e o escravo, onde um precisa do outro para existir.

Quero olhar nesta direção simbólica, de como a alma sente e necessita deste poderoso e precioso sentimento.

Convenhamos, por mais que assuste compreender e senti-lo, mesmo que seja passageiro, faz aquele reboliço na vida, o coração dá pulinhos de tanto que palpita, a barriga fica borboleteando, as pernas tremem mesmo na base!

Pode até doer, mas também confere muito prazer... Entorpece a alma.

O cheiro da pele... hum... é como um ramalhete de mirra, cheiro que aguça o desejo do amor. Em aprazível olhar, buscamos o encontro, o toque da alma, da essência. Serve até de sustento para o corpo, pois na maioria das vezes, amar tira a fome, espalha o sono, evocando o doce desejo de sermos parte do outro e outro parte em nós. Muitas vezes dá vontade de guardar o outro dentro de nós, bem guardadinho!

É um sentimento que envolve todos os sentidos, eu penso que deve até afinar o sangue de tanto fazê-lo correr ligeiro por dentre as entranhas do corpo. Inverte-se o funcionamento das funções, o coração passa a ser na cabeça e a cabeça perde seu lugar de razão, isso é realmente estar em estado de paixonite aguda!

Esplêndido! Como diz na canção: Amor não se mede...

Certa vez, conversando com um médico, ele me disse: O amor é algo que se aprende! Concordo, aprendemos mesmo a amar, aprendemos também com os desamores, talvez o amor seja uma paixão aprendida!? Ou vice-versa!?

Simplesmente em alguns momentos de nossas vidas somos acertados em cheio pela flecha do cupido e aí não tem jeito, os dias amanhecem coloridos mesmo que em contraste aos dias nublados da vida, como o outono. E, porventura, não é que o mês dos apaixonados e enamorados comemora-se bem no outono?! Contudo, o outono também possui seu reluzente brilho. E os enamorados ainda mais!

Enamore-se! Permita-se! Deixe que seus medos se flamulem ao vento e sejam levados para bem longe, e as decepções do passado, deixe-as, bem no passado, pois é lá que elas devem ficar.

Amar filtra o sangue, muitos dizem que até a pele fica mais bonita, eu acredito! Apaixonar-se é viver, renove-se, renasça... Sinta o aroma e o frescor do amor como a aurora vindoura, como gaivota a voar em loura manhã; que a vida lhe traga com inexplicável ternura um sonhado amor.

Então... “Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade; pelas ruas e pelas praças buscarei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o, e não o achei.” (Cantares 3:3).




Lilian Oliveira, é pedagoga, poeta e graduanda da disciplina de Geografia. Mãe do Luis Vinicius; da Lilian Quézia e da Ana Luíza. É professora de Educação Infantil no CEI Nossa Senhora Rainha da Paz.





  


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