A paixão faz do nosso coração um escravo... do desejo; do
sentimento avassalador; do devaneio da sedução; impalpável; imensurável.
Um grande filósofo (Hegel) escreveu uma dialética sobre o
senhor e o escravo, onde um precisa do outro para existir.
Quero olhar nesta direção simbólica, de como a alma sente e
necessita deste poderoso e precioso sentimento.
Convenhamos, por mais que assuste compreender e senti-lo,
mesmo que seja passageiro, faz aquele reboliço na vida, o coração dá pulinhos
de tanto que palpita, a barriga fica borboleteando, as pernas tremem mesmo na
base!
Pode até doer, mas também confere muito prazer... Entorpece
a alma.
O cheiro da pele... hum... é como um ramalhete de mirra,
cheiro que aguça o desejo do amor. Em aprazível olhar, buscamos o encontro, o
toque da alma, da essência. Serve até de sustento para o corpo, pois na maioria
das vezes, amar tira a fome, espalha o sono, evocando o doce desejo de sermos
parte do outro e outro parte em nós. Muitas vezes dá vontade de guardar o outro
dentro de nós, bem guardadinho!
É um sentimento que envolve todos os sentidos, eu penso que
deve até afinar o sangue de tanto fazê-lo correr ligeiro por dentre as
entranhas do corpo. Inverte-se o funcionamento das funções, o coração passa a
ser na cabeça e a cabeça perde seu lugar de razão, isso é realmente estar em
estado de paixonite aguda!
Esplêndido! Como diz na canção: Amor não se mede...
Certa vez, conversando com um médico, ele me disse: O amor é
algo que se aprende! Concordo, aprendemos mesmo a amar, aprendemos também com
os desamores, talvez o amor seja uma paixão aprendida!? Ou vice-versa!?
Simplesmente em alguns momentos de nossas vidas somos
acertados em cheio pela flecha do cupido e aí não tem jeito, os dias amanhecem
coloridos mesmo que em contraste aos dias nublados da vida, como o outono. E,
porventura, não é que o mês dos apaixonados e enamorados comemora-se bem no
outono?! Contudo, o outono também possui seu reluzente brilho. E os enamorados
ainda mais!
Enamore-se! Permita-se! Deixe que seus medos se flamulem ao
vento e sejam levados para bem longe, e as decepções do passado, deixe-as, bem
no passado, pois é lá que elas devem ficar.
Amar filtra o sangue, muitos dizem que até a pele fica mais
bonita, eu acredito! Apaixonar-se é viver, renove-se, renasça... Sinta o aroma
e o frescor do amor como a aurora vindoura, como gaivota a voar em loura manhã;
que a vida lhe traga com inexplicável ternura um sonhado amor.
Então... “Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade; pelas
ruas e pelas praças buscarei aquele a quem ama a minha alma; busquei-o, e não o
achei.” (Cantares 3:3).
Lilian Oliveira, é pedagoga, poeta e graduanda da disciplina de Geografia. Mãe do Luis Vinicius; da Lilian Quézia e da Ana Luíza. É professora de Educação Infantil no CEI Nossa Senhora Rainha da Paz.
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