segunda-feira, 10 de julho de 2017

[Poema] Pátria Minha, por Marcio Vidal Marinho

Pátria Minha



A pátria minha me nega
Nega seus filhos
É conduzida por falsos
Condutores
Que usurparam
O direito de dirigi-la.

Não importamos apenas garçonetes,
Trazemos música, comida, cultura,
Bulling, shopping, self-service,
Importamos modelos que não nos cabe.

Negamos o que nos é raiz
Matamos o que é da terra,
Principalmente se tiver cor,
Amamos os que fazem guerra
Talvez por medo, mas acho
Que é realmente por amor.

Nosso hino não é mais sabido
Somente no soccer
É onde o ouvimos
Mesmo que pela metade.

Mesmo assim vivemos sorrindo
E nos escondendo da verdade.
Só o gerúndio demonstra o indo
Da atual realidade.

Oh, pátria amada
Verde e amarela
Que adora o tio Sam
E que se puder
Mata o Mandela.

Acabaram as esperanças
E no teu céu não brilha
Mais a força, nem aqueles
Que morreriam por ti.

Morreram todos
Morrerão todos
Sem teu pão, sem teu leite,
Morrem pelo desprezo
Daqueles que a guiam.


Marcio Vidal Marinho, nascido e criado no Jd. Ângela/SP, formou-se mestre em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo - USP, defendendo a dissertação COOPERIFA E A LITERATURA PERIFERICA: poetas da periferia e a tradição literária brasileira.
Autor dos livros, Receitas Para Amar No Século XXI (Edicon, 2010) e A Vida Em Três Tempos (Ibis Libris, 2014) e 21 GRAMAS (2016), que em 2015 recebeu Menção Honrosa do 23° Programa Nascente da Universidade de São Paulo – USP.

Atua na rede pública de ensino como professor titular; é integrante do Sarau da COOPERIFA e; realiza palestras em eventos, escolas e universidades apresentando seu trabalho como poeta, seus estudos e reflexões a respeito da Literatura Periférica.

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