quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

[Crônica] Relatos de sentimentos meus: final do ano



É bem verdade que desde criança minhas melhores ideias surgem pela madrugada, e assim também a compreensão de diversos fatos sejam aprendidos ou vividos (como a tão dita resiliência). Nestes últimos dias com acontecimentos tristes por aqui e por lá, tenho refletido muito na humanidade, assim como na indiferença presente (seja nas mínimas ações relacionais) e no orgulho que ofusca a humildade que é base de todas as virtudes. Com isso vem muito à tona em meus pensamentos o que senti na primeira vez que estive no Haiti, no choque cultural reverso logo que voltei e de minhas tristes e frustrantes conclusões enquanto refletia na opressão que o ser humano cria sobre outro ser humano e na miséria integral que isso gera. Assim como em contra partida pude refletir na busca de alegria e sentido de um povo que luta para viver com a propriedade existencial. Apesar dos pesares isso me ajudou muito a ressignificar minha humanidade com o primeiro e grande divisor de águas que vivi. Relacionado a esses pontos não são de agora, nesta caminhada da esperança, meus interesses nos estudos sobre Direitos Humanos, Missão Integral, Desenvolvimento Comunitário, Refúgio, Imigração e meios de diálogo e ação para que enfim possamos como sociedade civil e de fato darmos voz aos sem voz e vez aos sem vez. Acredito que é bem verdade também que aquilo que é intrínseco ao coração não se contenta só com a teoria; na verdade não tem como ficar só na teoria! Aquilo que move o coração e ressignifa minha humanidade da teoria caminha em "rede" com a prática, se tornando a práxis como o querido Paulo Freire nos ensinou. Nesta vida, no aqui e agora, a práxis dá sentido a muita coisa. É lágrima com lágrima, riso com riso, vida na vida, mãos e pés sentindo a terra e o suor. Recentemente tudo isso aguçou mais ainda em mim. Celebrei uma ceia de Natal (tempo de ressignificarmos temas efetivamente importantes em nossas vidas), com amigos (as) queridos (as) em situação de refúgio ou imigrantes. Não teve (assim como não deixa de ter), como a emoção tomar os olhos e eu me deparar com uma das mais lindas reflexões (e na práxis, rs), de que não existe cor, não existem etnias, não existem fronteiras, e talvez nem culturas diferentes se em amor e fraternidade percebermos que no aqui e agora somos todos refugiados, somos todos seres humanos! Que 2017 nos dê oportunidades de andarmos juntos de mãos dadas entendendo integralmente que somos todos iguais! Que a alegria de celebrar a vida aprendida nesta causa global sejam presentes nas mentes e corações! Que venha 2017! Que venha mais igualdade e fraternidade. Que venha mais sinalizações de um genuíno sopro que nos dá fôlego a continuar.



Filipe Costa de Almeida tem 26 anos, é Bacharel em Teologia e estudante de Psicologia (5º ano). É natural de Sorocaba e desde 2010, realiza viagens internacionais humanitárias e sócio esportivas, já passando pelo Haiti, República Dominicana, Paraguai, Chile, Bolívia, Colômbia, México, Portugal, Espanha e Inglaterra. Atualmente é voluntário no ADDE Criança, um projeto sócio educativo e está envolvido com a causa dos refugiados pela ONG Preparando o Caminho que serve diretamente refugiados e imigrantes na cidade de São Paulo.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

[Conto] O último conto de 2016: O vácuo da noite nua

Elas andavam frenéticas. Subiam pelas ondulações do corpo inerte e indefeso. Queriam encontrar morada na deslizante pele alva. Subiam e desciam os imensos obstáculos. Terra inabitada e sem pulsações e fria. Frio era o seio tácito, invadido pelas alpinistas negras.


         Elas tinham calafrios que subiam pelas patas até as antenas. Queriam saber daquele monte estendido e retorcido, jogado e indefeso. 

         Queriam encontrar a escuridão, lugares cavernosos, sombrios e etéreos. Eram muitas, muitas cabeças e patas pegajosas. O corpo nu jogado na mata começou a se movimentar, lentamente, levados por milhares de formigas, elas buscavam forças descomunais para carregar mais de 50 quilos nas costas. Cambaleavam como bêbadas, não paravam. 

         Começaram a explorar o corpo estranho, entravam pelos buracos labaredas da languidez daquela inexistência. Lá se encontrava, como uma raiz exposta, arrancada da terra árida e rachada pelo sol oxidante, sua luz jogada na pele pintada de branco se fazem sombras almiscaradas pela presença de matos amassados e pisoteados, com um sopro de um raio raivoso que o fogo se alastra incansável pelo campo sequioso. 

Era um ambiente planalto, de árvores anãs, o fervilhar das labaredas solares refletiam nas cascas lascadas das árvores e nas folhas lisas e de um verde brando que tartamudeia nas imperfeições do local.

        Como um tratactus lógico-philosophicus, aquela antimatéria evocante da matéria, rodeada de corpos estranhos e velozes, caminhantes milenares percorrendo o planeta entre labirintos espinhosos, consumidos de folhas e raízes profundas de terras lendárias e invisíveis. Tempo e espaço se misturam e fora e dentro desta incompreensibilidade da história destes seres alienígenas. As formigas eram seres faunos atônitos, viviam tocando tambores nas noites frias ao lado das ninfas, somente nas noites opacas e sem estrelas e sem lua. Noites porosas e gementes desciam finas e agudas nas entrâncias dos galhos desérticos, dos matos semimortos e entravam pelas aberturas trincadas do planalto seco, pelas terras arenosas e cobriam com seu tecido as sombras do sol de dores e cócegas nas costas adornadas de lantejoulas e antenas conectadas ao extrauniverso e mirabolantes e caleidoscópicas. 




           A nudez coubertiana daquela mulher de mamilos amparados de insignificâncias, jogada pela impermeabilidade de sua metempsicose desmoitou a calmaria do ambiente, com seus pelos pubianos esvoaçantes ao sabor de Zéfiro, levou à diapasão as formigas. Ah, os rituais destes seres sugavam as raízes das mandrágoras. Todas ficavam em circunferências após se satisfazerem e se deliciarem com a bebida do diabo. A noite fria e alcaloide se transformava em gritos e urros e brilhos intensos dos olhos e antenas das formigas. Descontroladas, começaram a subir e descer o corpo da ninfa morta e branca, acreditavam que era uma ninfa, ao rastrear aquela pele lisa e fina como um bisso ou como uma teia de aranha. Tinha um corpo bordado com delicadas linhas.

Inebriadas e encarnadas pela incompletude do devir, começaram a regurgitar sobre o corpo. Alucinadas, despejavam o líquido bebido das raízes das mandrágoras. Aos poucos a ninfa estava toda envolvida com uma nódoa monocolorida e viscosa, que escorria em todas as partes daquele corpo. Ah, blaue blume! Ah, blaue blume! Tudo se desintegrou! 

          Momentos depois do transe, a terra, a noite e todos os seres visíveis e invisíveis se aquietaram e o silêncio se fez. As luzes e as sombras começaram a aparecer e a noite se desfazer. O corpo nu da mulher alva não estava mais lá. Havia uma enorme raiz imergindo, uma raiz de mandrágora. Queria aprofundar-se, rasgar a carne da terra e respirar pelas veias húmus. 

          As formigas, todas as noites sem sombras, dançavam em redor da mandrágora e sugavam seu suco e gritavam alucinadas para o vácuo da noite.



Mauricio Gomes, natural da cidade de Ipameri, estado de Goiás, há 10 anos mora em São Paulo, é professor de Literatura, coordenador pedagógico e jornalista cultural. Seu primeiro livro (Des) Caso com a poesia: Inquietações foi lançado em 2012. Em Portugal, participou de uma coletânea de poemas, o nome do livro é Poética. O seu trabalho poético também está na Revista de poesia e arte contemporânea Mallarmargens e na Revista portuguesa Triplov de Artes , Religiões e Ciências.  Em 2014 participou do Festival de Poesia Internacional no México e do Festival de poesia da Unesco, também no México. Em junho de 2015, participou do 2ª Encontro de poesia Internacional, novamente no México e em 2016, foi convidado a participar do Festival de Poesia Internacional em Marrocos.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Historia familiar de un país

Por Valeria Zurano

Conocí a la poeta peruana Teresa Orbegoso en un ritual poético, en la selva de Perú, camino a la ciudad de Iquitos, que significa “multitud separada por las aguas”. Así de misteriosas son las palabras en Perú, así como sus nombres. En esa ciudad coincidieron nuestros viajes poéticos. Luego de unos años volvimos a encontrarnos en Buenos Aires, en la Maestría de Escritura Creativa de la Untref, y éstos son apenas algunos hechos eminentes de la historia de una amistad poética, que me llevó el pasado 14 de Octubre a presentar Perú, el último libro de poemas de Teresa, en el oeste del Gran Buenos Aires.  Recuerdo perfectamente cada detalle del viaje por el río hasta Iquitos, un  poema llamado Historia de la gran poeta peruana Blanca Varela, me acompañaba como si fuera un rezo, una invocación:



Puedes contarme cualquier cosa
creer no es importante 
lo que importa es que al aire mueva tus labios
o que tus labios muevan el aire
que fabules tu historia tu cuerpo 
a toda hora sin tregua 
como una llama que a nada se parece 
sino a una llama…


Blanca Varela


Cuando se construye un libro, se construye una familia, un país, una historia, un lenguaje.  No hay palabra ajena, ni intemperie que no esté dentro de un engranaje de pertenencia.  En este poemario, Perú no es únicamente el nombre de un pueblo, es la llama que a nada se parece, la misma de la que habla Blanca Varela, y es la llama de la voz poética de Teresa Orbegoso.  El aspecto geográfico influye sobre el sujeto poético, pero ese sujeto también elige el espacio geográfico donde sentar su procedencia, tejer el entramado de identidad, desarrollar su lucha. El espacio de un territorio se vuelve fuente de cultura y al mismo tiempo de resistencia.  


Sobre cuestiones relacionadas con la identidad actual, la escritora y docente, Rosa Nuñez Pacheco de la Universidad Nacional de San Agustín, ubicada en Arequipa, escribe en su trabajo de investigación Polifonía del Silencio: “Una visión culturalista de la realidad pone de relieve el tema de la identidad, pero la identidad resulta ser una categoría de difícil aprehensión, porque oscila en polaridades como lo foráneo y lo vernáculo, o lo cosmopolita y lo autóctono. Esta composición heterogénea de la realidad encuentra su mejor expresión en la literatura.”


¿Qué sería de los lugares sin el coro polifónico de los poetas? Cuando se habla de la historia de un país inevitablemente se habla de una historia familiar, todos somos atravesados por las circunstancias sociales y culturales que, de algún modo, también definen nuestros afectos y relaciones.  En Perú esta construcción se vuelve visible mediante dos voces que van armando un doble entramado: la historia personal de ese sujeto poético va entreverándose con la historia de un país. Del encuentro entre ambos aspectos surge aquello que  reúne la idea central de esta reseña y que le da el título: “historia familiar de un país”. 


¿Qué otra manera más efectiva puede haber de describir y construir la historia de un país sino es a través de la historia personal, de un espacio plagado de percepciones propias que se abre? El entramado de esas voces anda desde un adentro y un afuera, desde la interioridad escribe lo siguiente: “Golpe tras golpe, tu voz toca, desintegra, el fondo del polvo del alma, de la casa del temblor. Entra en mí, destruye en mí, renace en mí. Repite la armonía de los números. Sé lo que no puedo contener y la música es el inca que hace bailar las marionetas del mundo…” Estas voces poéticas construyen una historia familiar y territorial, generando una poesía que se ubica en la intemperie para denunciar la situación de un pueblo y de una familia que ha emergido de la pobreza, que ha hecho de la pobreza su canto con el ancestral motivo de sobreponerse a la interminable realidad de conquista y saqueo.  


Es conmovedora la forma en que esas voces alternan en un discurso poético doloroso y renovador: “Tu trompo, padre, giraba frente a todas las cosas que no pudieron. Nuestra casa ya no era nuestra casa. Otros vivían allí, con las puertas y ventanas abiertas. Las habitaciones iluminadas.”

Perú es un poemario que asume una mirada valiente sobre la realidad de los pueblos latinoamericanos, denuncia a través de una prosa poética descarnada el sentimiento de un pueblo que es obligado a callar la injusticia. “En el Perú, uno debe aprender a callar ante el dolor. Sólo se debe seguir, solo, seguir.” Somos en esa relación múltiple de voces, pero también somos en el silencio de esas voces.


El silencio concretándose en el territorio de una nación que no puede ser definida por los límites impuestos, sino por la voluntad de transgredir cualquier frontera que la delimite. 


Al leer Perú no puedo dejar de imaginar que estos poemas significan el regreso a un país del cual siempre se está partiendo, un país que jamás podrá ser plenamente abandonado; la pertenencia a aquel lugar que nos ve nacer, pero que a su vez debe ser sacrificado para lograr cantarle. La mirada de la poeta crea una perspectiva crítica, desde la cual jamás olvida el dolor que produce el exilio o el autoexilio. Perú vuelve a nombrar para construir otra versión de los hechos, es una crónica de este tiempo, una poética que enlaza el pasado y el presente de un pueblo sumido en su geografía, en su cultura, en el malestar que lo limita.

La lectura de Perú, un libro con llama propia, nos hace sentir las voces de un país que trasciende toda soberanía y límite para dar la bienvenida al país de la poesía.  Una llama que no se apaga, que en el poema final anuncia la circularidad de la historia, del viaje, del fuego.  Perú nos enseña que nada tiene mayor presencia que aquello que se vuelve intangible, aquello que puede habitar y deshabitar todos los espacios. Teresa Orbegoso escribe con una mano de niebla sobre la llama de aquellos lugares que alguna vez pudieron tenernos.

Buenos Aires, 20 de Octubre de 2016.




Datos Bibliográficos:
Título: Perú
Autora: Teresa Orbegoso
Editorial: buenosaires poetry
Colección: Pippa Passes
Fecha: Agosto de 2016.
Lugar: Buenos Aires. Argentina.
Páginas: 77


Valeria Zurano nació en Buenos Aires, Argentina, el 1 de julio de 1975.   Estudió Derecho y Licenciatura en Comunicación Social.  Ha editado su primer libro en forma independiente bajo el título Barco en Llamas (poesías y cuentos), con un sello de autor (Escritores Independientes Unidos.), año 2003. Las Damas Juegan Ajedrez  (Poesía) Editorial Alción en Diciembre de 2007, El Gran Capitán-Crónica de un viaje al Litoral (Poesía) fue editado en Chile por Ediciones Cortina de Humo, en Enero de 2008. Algunas de sus obras fueron publicadas en distintos medios como en el Diario Clarín suplemento zonal, año 1995.  Publicación en Diario La Nación, Suplemento cultural,  año 1995.  Publicación en Diario La Jornada,  México,  año 2005. Publicación en Revista Papalotzi,  México, año 2006. Publicación en Revista Literatos Nº IV, año 2006, Buenos Aires, Revista Cortina de Humo, Chile 2007.   Diario Clarín de Chile año 2007 y 2008, Revista Causa Cero, Revista Panorama Cultural de Suecia año 2007. Sus trabajos han sido incluidos en numerosas Antologías, y algunos de sus poemas han sido traducidos al idioma Inglés, Portugués y Catalán. Participó en los siguientes Encuentros Literarios; IX Encuentro Internacional de Poetas realizado los días 17 y 18 de Junio de 2005, en la Ciudad de Zamora, Michoacán, México.   I y III Encuentro Comunitario de Escritores de la Provincia de San Juan, organizado por la Secretaría de Cultura de la Provincia de San Juan.  Encuentro Maratónica de poesía en Buenos Aires, año 2006, Encuentro Internacional de Escritores, Chile Tiene la Palabra, 2007. Ha Obtenido los siguientes premios literarios: Primer Premio de Poesía Concurso Literario “Leopoldo Marechal”, Secretaría de Cultura de la Municipalidad de Morón. Segundo Premio Concurso Nacional de Poesía “Alejandra Pizarnik” de Asociación de Escritores Argentinos ADEA, 1994. Primer Premio de Poesía Concurso Dr. Alberto Luis Ponzo de la Universidad de Morón. Tercer Premio Concurso Provincial de Poesía Dr. Guillermo Ara, 1995. Mención en el III Concurso Nacional de Poesía “Cesar Vallejo” de la Asociación de Escritores Argentinos ADEA, 1995. Primer Premio en Narrativa y Poesía en Concurso Literario “Discépolo” organizado por la Secretaría de Cultura de la Municipalidad de La Matanza, 1995. Actualmente lleva a cabo la Edición de una Revista Bimestral de distribución gratuita sobre Arte-Cultura y Diseño llamada Los Otros, la misma es distribuida en la Provincia de Buenos Aires.
  

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Um Pantanal dentro do peito

Livro da poeta Giselle Vianna, inspirado na cultura mato-grossense, será lançado em São Paulo pela Editora Patuá


poente

os distraídos pasmam
e os papagaios gritam
quando o fim se aproxima

o amarelo vai se avermelhando
no céu, no caju,
no meu coração pendurado
querendo cair de maduro

Campinas, nov 2014


A Editora Patuá lança, nesta quinta-feira (08), o livro "Pau-rodado" da poeta Giselle Vianna. A noite de autógrafos será no Patuscada Livraria Bar e Café, na Vila Madalena, a partir das 19 horas e contará com um sarau de poesia e música.

O livro é a conclusão de um projeto iniciado há nove anos pela autora, quando se mudou de  Campinas para Cuiabá e passou a incorporar aos seus textos o encantamento e a cultura regional da terra de Manoel de Barros.

"Pau-rodado" é uma expressão usada no Mato Grosso para caracterizar pessoas que migram constantemente, como as toras de madeira que rodavam rio abaixo no tempo das navegações fluviais.

Ao longo do livro, que se desenrola em seis capítulos, o leitor encontrará um universo de personagens de um centro pouco conhecido do Brasil. Pássaros como a biguatinga, o tuiuiú, a garça, o anu preto, o gavião-belo, o jacurutu, a arara e o martim-pescador estão presentes nos poemas ao lado da onça, do jacaré, do sinimbu, da cultura do siriri, da manga, do pequi, da bocaiúva e da farinha de mandioca, da paisagem dos rios, do cerrado, da floresta amazônica, onde há queimadas e desmatamentos mas também uma vida vigorosa que insiste sempre em nascer. "A vida é como picada que nasce em qualquer lugar", diz a música do compositor mato-grossense Guapo, que introduz a poesia de Giselle Vianna.

A transformação do tempo, da vida e dos sentimentos, expressa nos próprios ciclos da natureza, é o tema principal dos poemas, que unem o imaginário local e as questões universais através de uma linguagem que mistura tradição e experimentação estética.

Nas palavras de Vanderley Mendonça, que assina a orelha do livro, "Pau-rodado é a poesia com a força do corpo, a grandeza das florestas, distinta da selvageria da vida urbana. É preciso ser forte para dar corpo ao que se escreve, ir buscar a escrita onde gritam as palavras por sentidos novos. Há algo de cada um de nós nas lembranças, na dor, na melancolia dos lugares, nos seres das matas. Há algo no olhar de Giselle que nos humaniza".



Giselle Vianna também é autora do livro de poesia Interpeles (2008) e organizou recentemente o livro Tempo de Jabuticabas (2016), com textos da escritora mineira Maria José Carvalho Vianna, sua avó.  Vive em São Paulo desde 2015 e é um exemplo de pau-rodado que seguiu viagem mas trouxe consigo a memória de outro lugar. É o que diz o trecho de um dos poemas do livro, intitulado "Pantanal", que marca sua despedida de Cuiabá: "é preciso um sol mais quente que o nosso desejo/ que nos desperte antes/ que o sonho acabe/ é preciso seguir viagem/ com um Pantanal dentro do peito".


SERVIÇO
Lançamento do livro de poesia Pau-rodado, de Giselle Vianna
Patuscada Livraria Bar e Café
Rua Luis Murat, 40 - Vila Madalena, São Paulo
08/dezembro
19:00 - 23:50

Entrada gratuita

sábado, 3 de dezembro de 2016

“Cores do invisível”, a exposição do artista Sergio Ricciuto Conte


A exposição “Cores do invisível” é uma seleção de obras do artista Sergio Ricciuto Conte. “Um viajante que carrega como mala a própria casa” ou “um índio nu sobre o caule de uma rosa”, são alguns exemplos da sua linha poética presente nas telas. Transgredindo o real e atravessando o imaginário, Ricciuto consegue conjugar surrealismo e beleza, como alguém que está com os pés bem apoiados nas nuvens.

Cada obra deixa-se observar com a mesma sensação de surpresa, como se estivesse saindo da cartola de um visionário ou da voz de um contador de fábulas. Em seu conjunto, elas têm o poder de maravilhar e consolar de maneira provocativa e instigante, numa tentativa de reduzir o sufoco dessa época em que vivemos, submersos por toneladas de fria realidade.

Nascido em Foggia, na Itália, Ricciuto mora no Brasil há oito anos e começou a pintar aos seis anos de idade. Formou-se em arte no Instituto de Arte Perugini, na Itália; além das graduações em filosofia e teologia. Desenvolve projetos de arte para mosaicos e ilustrações para jornais e revistas, além de painéis para espaços públicos e litúrgicos.

O local da exposição “Cores do invisível” é a Casa de Cultura da Vila Guilherme, um casarão histórico alocado num bairro tranquilo e residencial da zona norte da capital. Reaberta esse ano, a Casa mantém uma intensa programação de cursos, teatros, exposições e oficinas dos mais diferentes gêneros.

Na vernissage aberta ao público, que será no sábado, 3, às 16h, o artista começará a pintar uma obra ao vivo e, ao longo da exposição, o público poderá acompanhar todo o processo criativo e artístico. Além disso, os visitantes poderão concorrer a uma obra se participarem de uma promoção pelas redes sociais.

Contatos:
sergioricciutoconte@gmail.com
(11) 99952-7431




Serviço:
Abertura: dia 03/12, sábado, às 16h.

Visitação: De 6 a 17/12 e 03 a 28/01/2017, terça a sexta, das 10h às 20h e sábados, das 10h às 18h.


Livre para todos os públicos. Não é necessário retirar ingresso.